Bem refletido.
Apesar de nossos impensados heróis.
Será que vivemos em algo que Black Mirror antecipou?
Batman abandonou a capa faz tempo, e só voltaria consagrado.
Robin faz vaquinha e quer ser deputado.
Justiceiro disse “moro em hotel” e perdeu o quase endereço.
Mais incerta vitória é a da mulher, distinto eleitoral domicílio.
Mora com ele.
Melhor traduzir, não.
Etimologia não é destino. Exato. Brasil, oficialmente sem destino.
Talvez de propósito, quase incompreensível.
Incomoda o audiovisual encontro com o espelho, e faz poucos dias.
São pouquíssimos os exemplos em que a ideia de espelho não serve como explicação.
Que coisa. É uma boa descoberta. Parece Salman Rushdie mal traduzido.
Pode ser lento o reverberar. Entrar em órbita para se esconder.
Não era um espelho a prisão espacial onde aquele herói prendia aqueles três vilões?
Isso também é meio Salman. Traduzido. Oriente, Ocidente.
Em qual quarto você vai dormir? Um querer — ou a ausência dele.
O quê? Rever como lhe age a mãe.
O olhar voltava-se para dentro, como se lhe fosse (inevitável) enxergar.
O quê? O pai te ama.
Muito barulho, reviver. O quê?
Não ficou em silêncio, como de praxe.
“Sempre inocente”; pode ser um, mas é também o outro.
Nem é preciso quase refletir.
Duvidosa informalidade, o que da ética esconde tal estética.
Ficamos todos nós em nossa perene desconexão, não há espelho que nos faça ver.
Responsabilidade, irresponsabilidade, e vice-versa.
E vamos assim nos espelhando em imagens que… ora, fruto de nós mesmos.
Essência, modelo de comportamento. Quem é reflexo de quem?
Hã? Ah…
Luz azul, livre do poder vil.
Luz azul, livre do poder vil.
Ah… Hã?
Essência, modelo de comportamento. Quem é reflexo de quem?
E assim vamos nos espelhando em frutos que… ora, imagem de nós mesmos.
Irresponsabilidade, responsabilidade, ou vice-versa.
Ficamos todos nós em nossa perene desconexão, não há espelho que nos faça ver.
Informalidade duvidosa, o que da ética revela tal estética.
Nem é preciso quase refletir.
“Nunca culpado”; pode ser um, mas é também o outro.
Sim, ficou em silêncio como de praxe.
Muito barulho. O que reviver.
A mãe te ama. O quê?
O olhar se voltava para dentro, como se fosse-lhe inevitável (enxergar).
Rever como lhe age o pai. O quê?
Em qual quarto você vai dormir. Uma ausência — ou o querer dela.
Isso é meio Salman Rushdie. Traduzido. Ocidente, Oriente.
Não era um espelho a espacial prisão onde aquele herói prendia aqueles três vilões.
Pode ser rápido o reverberar. Sair de órbita para se esconder.
Que coisa. É uma má descoberta. Também parece Salman bem traduzido.
São muitíssimos os exemplos em que a ideia de não espelho serve como explicação.
Agrada o audiovisual desencontro com o espelho, e faz muitos dias.
Quase de propósito, talvez incompreensível.
Etimologia é destino. Inexato. Brasil, não oficialmente clandestino.
Melhor não traduzir.
Com ele, mora.
Menos certa vitória é a da mulher, distinto domicílio eleitoral.
Justiceiro disse “moro em hotel” e quase perdeu o endereço.
Robin fez vaquinha e quer ser deputado.
Batman abandonou a capa faz tempo, e não voltaria consagrado.
Será que vivemos em algo que atrasou Black Mirror?
Mesmo com nossos impensados heróis.
Mal refletido.
Algo de bastidor
Alguns de nossos heróis. E até o Papa… poeta é.
L.O.V. Leia Ouça Veja
“O ministro Gilmar Mendes, do STF, comentou as declarações dadas pelo presidente da Corte, ministro Luiz Fux, de que a anulação de processos da Operação Lava Jato foi um ato ‘formal’ e que erros processuais não apagam fatos revelados pela investigação. … ‘Ninguém discute se houve, ou não, corrupção’, disse” (Estadão).
“Diversos assuntos sobre o STF deixam de ser escritos e apurados criticamente porque os jornalistas temem as consequências, ficam em uma posição delicada de exercer uma cobertura crítica sobre um tribunal que terá a última palavra sobre um eventual processo contra ele” (Rubens Valente, LatAm Journalism Review).
“Em editorial, o Globo alerta para a ‘politização do Supremo Tribunal Federal’. Segundo o jornal, ‘a Corte, que deveria manter-se equidistante e alheia às paixões, parece a cada dia mais contaminada pelo noticiário, como se devesse prestar contas à opinião pública, não à lei ou à Constituição’” (O Antagonista).
“O silêncio incomoda” (Jornal Nacional).
“Imagens da rede Al Jazeera mostram Vigilantes Indígenas abordando a embarcação de Amarildo da Costa Oliveira, o ‘Pelado’, no Vale do Javari. No vídeo é possível ouvir ‘Pelado’, principal suspeito pelo desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips. Bruno estava nessa patrulha” (Headline).
“Mas é bastante preocupante, até mesmo contraditório, que um grupo de empresários compactue com essa retórica desestabilizadora. O interesse explícito de Bolsonaro em convulsionar o Brasil, investindo no caos institucional e social, é incompatível com um ambiente propício para o desenvolvimento dos negócios. … A mera menção à hipótese de descumprimento de ordens judiciais por parte do presidente deveria ser objeto de pronto e manifesto repúdio por parte dos empresários” (Estadão).
“Aqui fora [nos EUA], doutorandos recebem salários de 20 a 30 e poucos mil dólares por ano para trabalhar em pesquisa … . Em termos brasileiros, parece invejável. Para a realidade estadunidense, contudo, não cobre as contas, sobretudo numa realidade em que os jovens saem de casa ao completar o ensino médio” (Suzana Herculano-Houzel, Folha).
“As coisas estão tão ruins nos Estados Unidos que os trabalhadores estão começando a se sindicalizar. … Em vez de se rebelar contra as corporações, as pessoas as ACOLHEM! Fazem tatuagens delas. E seus líderes, que se chamam de ‘estrelas do rock’, são procurados para respostas sobre tudo e mais um pouco, e nos dizem que sabem mais, quando na verdade eles não têm noção e, para começo de conversa, ajudaram a causar os problemas!” (Bob Lefsetz, The Lefsetz Letter).
“Putin antevê uma ‘nova ordem mundial’ liderada por nações ‘fortes e soberanas’. … O discurso no Fórum Económico de São Petersburgo … serviu para que Putin expusesse a sua visão da ordem geopolítica actual … . O alvo principal de Putin foram os EUA e os seus aliados, que, depois do fim da Guerra Fria, se comportaram como ‘deuses na Terra, sem deveres, apenas interesses’. … Entre os actores que Putin vê como fracos nessa nova ordem mundial está a União Europeia, … que está ‘a dançar a música tocada por outros’. O Presidente russo disse que o ‘blitzkrieg económico’ imposto sob a forma de sanções por causa da invasão é ‘louco e irreflectido’ e garantiu que são os países europeus que mais estão a sofrer com esta política” (Público).
“‘Rússia não é totalmente limpa, mas não nos envergonhamos’: a entrevista do chanceler russo à BBC. ‘Declaramos uma operação militar especial porque não tínhamos absolutamente nenhuma outra maneira de explicar ao Ocidente que arrastar a Ucrânia para a OTAN era um ato criminoso’” (Steve Rosenberg, BBC).
“A maioria dos europeus está pronta para conceder perdas territoriais na Ucrânia em troca do fim da guerra o mais rápido possível … . Nos países mais importantes da UE, … 52% dos italianos, 49% dos alemães e 41% dos franceses apoiam a paz às custas do desmembramento da Ucrânia por conta da agressão russa” (The Times).
“Na leitura de um palíndromo da direita para a esquerda, não são levados em consideração sinais de pontuação, sinais de acentuação, a divisão silábica e o espaçamento entre as palavras” (Flávia Neves, Norma Culta).
“Não foi só uma reforma gráfica, mas uma reforma jornalística, que só um jornalista poderia conceber. … Pelos dois anos seguintes, a revolução do Jornal do Brasil se consolidou. Os concorrentes, apanhados no contrapé, tentaram preservar sua identidade, mas, um dia, tiveram de se espelhar no JB. Já se atribuiu a muita gente a autoria dessa reforma. Mas ela foi de Janio de Freitas, às vésperas dos seus 27 anos naquele dia 2 de junho. O mesmo Janio que completou 90 nesta quinta (9) e cuja história, única na imprensa brasileira, continua há 42 anos na Folha” (Ruy Castro, Folha).
Playlist Condizente — The Black Mirror Mix — 2224
Hey Joe — Jimi Hendrix
“You better believe right now.”
Sentado à Beira do Caminho — Erasmo Carlos
“Um resto de esperança.”
Wigwam/Para Dylan — Zé Ramalho
“Não bastasse o profeta.”
Teardrop — Massive Attack
“Most faithful mirror.”
Na série “Sonoras que Condensam a Vida”
“O país tem que estar perto, como o Brasil está perto, da Europa e dos Estados Unidos, e o país tem que ser amigo. Como o Brasil é amigo, da Europa, dos Estados Unidos, e na verdade de todo o mundo. O Brasil é amigo do mundo inteiro.”
Paulo Guedes, no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento; início de junho, por aí (enquanto Jair Bolsonaro, repentinamente, ao que parece, tosse na tela contígua)
Last but not least
O chato do Português
“Então, nós temos a oportunidade de redesenhar todo o parque industrial brasileiro. Nós vamos reindustrializar o Brasil, em cima de energia verde, em cima de energia barata. O Brasil é uma potência verde, é uma potência energética. O dinheiro virá da Europa e dos Estados Unidos, justamente porque o Brasil tá perto, e o Brasil é amigo.”
Paulo Guedes; pouco depois, por aí (enquanto Jair Bolsonaro, descontraidamente, ao que parece, belisca alguma coisa com semente ou casca na tela contígua, ou ambos)