Em velocidade de conexão discada, o 5G avança. Se a referência não lhe foi incompreensível, mais impactante talvez lhe será, quando chegar, o avanço.
Aqui e ali, com certa frequência, ouve-se algo sobre AI, IoT e afins.
Inteligência artificial, internet das coisas… como ainda não conhecer o significado de tais siglas? Não é sequer preciso trazê-las para o português.
O que mais se ouve, contudo, dá conta de que haverá mais velocidade, mais acesso, mais (mais?) informação.
Em sua maioria, prospectos que parecem olhar para o futuro pelo retrovisor.
Igualmente, nada de novo nisso. É sempre seguro olhar pelo retrovisor. Ainda que possa levar a não ver o que vai, ou vem, logo à frente.
O 5G trará mais que dois segundos a menos de espera diante do Netflix. E será muito, muito mais que um mero algoritmo a nos antecipar com mais agilidade os gostos.
Zuckerberg, aquele rapaz do Facebook, não é o único a investir em um possível metaverso.
Em comparação deveras rudimentar, o metaverso seria, ou será, uma espécie de ambiente digital composto por hologramas e globalmente interconectado.
Que ficção científica, não?
Um universo virtual.
Nas palavras do Zucka, a permitir experiência similar à de um teletransporte instantâneo.
Mas sem qualquer deslocamento.
Uma viagem sem trajeto, irreal como a intimidade de se referir ao Zuckerberg como Zucka — para alguns, a buscar o virtual por mera (ou plena) incapacidade de administrar os atuais problemas concernentes à sua companhia.
Ou por enxergar no metaverso um meio de garantir a relevância e a existência futura do Facebook.
Será isso então o 5G, somente a perspectiva de ainda mais contato com uma imaterialidade ainda mais vazia, porque tridimensional?
Pouco provável (graças ao bom universo, Facebook, Instagram e WhatsApp, todos do Zucka, são ainda bidimensionais).
Como forçosamente aprendemos de 2020 para cá, a atividade remota pode bem fazer parte da realidade.
Com atrasos no edital, no leilão, com chineses ou não, também no Brasil — a infraestrutura para o 5G logo existirá.
Quando a tecnologia de fato chegar, o impacto será quase como ela própria: instantâneo.
A não ser que outras quintessências obstruam a extensão e a intensidade da requintada novidade.
Quem lida com a estruturação do ferramental parece, em boa medida, estar atento. Quem lidará com o ferramental uma vez estruturado, parece que nem tanto.
Ou será que esconde alguém o jogo?
Outra nova tecnologia e outro desconhecido futuro.
Meio de comunicação a se tornar infinita estrada alheia ao espaço e ao tempo, simultaneidade liberada da distância, invenção coletiva e muito além do humano, a transportar e acumular a informação total, ainda que não absoluta.
Oxalá tal vindoura mudança no possível espaço da real comunicação não interfira ainda mais no necessário tempo da verdadeira compreensão, mútua e pessoal, de qualquer informação, vinda do universo que vier.