E o mundo parece que vai mesmo se dividindo entre ofensores e ofendidos em potencial. Bem, no limite, pode ter sido sempre assim. E agora veio à tona essa não descoberta. Será? Passou a fazer parte do dia a dia. Melhor assim? Mais protegidos ou mais ameaçados? Seja como for, há os tantos pedidos para que venha alguém a definir, continuamente, “o que é lícito ou ilícito”. Pelo menos na internet. A começar pela internet? Como se algo hoje acontecesse fora da internet. E acontece, muito. Às vezes, emerge repentinamente na superfície. Aí, assusta de verdade. Será por isso que o novo grito, de lado a lado, é por restrição e censura? Nada a ver com liberdade. Já se soube o que era lícito ou ilícito. O cumprimento e a aplicação, sim, outros quinhentos. Que loucura. Como o cidadão a agredir por trás, não importa se jogador ou outro torcedor, talvez se sentindo protegido por levar nos braços a filha pequena. Criança ameaçada no colo de uma sociedade que sucumbe. Que desaprende tempos verbais e alcança “um pensamento só no presente”. Via internet ou não, o resultado está nas profundezas das ruas, das casas e das consciências. E na falta delas. Soa piegas, né? Sem ofensa. Divididos em ofendidos e ofensores, inseguros entre prévias e posteriores garantias de sabe-se lá o quê, e pedindo mais, vamos nos tornando inofensivos. Soa contraditório, né? Incapazes de proteger esse presente que ainda e já desconhece o certo, o errado e o futuro.
| Destaques Não Aleatórios |
“Os bancos foram revelados como uma parte do Estado que posa como se fosse parte do setor privado.” Martin Wolf | Folha
“Adicione a probabilidade de que mesmo os bancos que não experimentaram uma corrida a seus depósitos se tornem muito mais cautelosos, e provavelmente estaremos vendo uma séria redução do crédito.” Paul Krugman | Folha
“Mas há uma novidade que adicionou mais pólvora à atividade já perigosa dos bancos. É a possibilidade de saques à velocidade da luz. … O Silicon Valley Bank (SVB) quebrou porque seus correntistas sacaram US$ 42 bilhões em um único dia.” Celso Ming | Estadão
“O que vemos é o socialismo para a elite do Vale do Silício e do Brasil. Socializam-se perdas e gastos dessa elite produtora. A sociedade toda paga por isso, mas, no nosso caso, segue alienada de saneamento básico, boa infraestrutura, escolas públicas de qualidade e muito mais.” Laura Karpuska | Estadão
“De onde veio a expressão ‘outros quinhentos’?” Sérgio Rodrigues | Veja
“Em depoimento, torcedor disse que tentava defender a filha no momento das agressões.” | Folha
“Recentemente, o STF anunciou que realizará audiência pública para discutir as regras do Marco Civil da Internet, em concreto o art. 19. Ora, isso é tarefa do Congresso.” | Estadão
“Para otimizar os trabalhos, os relatores pedem simplicidade na explanação, evitando-se jargões e linguagem sofisticada que impeça as pessoas comuns de acompanhar e entender as discussões.” | STF
“O que está acontecendo com o Lula?” Eliane Cantanhêde | Estadão
“Paulo Coelho diz ter se arrependido de apoio a Lula: ‘Mandato patético’.” | O Globo
“Por mais de uma hora Lula prometeu um Brasil que volte a sorrir. Como? Acreditando em Lula, como ele acredita.” Elio Gaspari | Folha
“O Lula 3 televisivo exibe mais exasperação do que otimismo e confiança. O profeta está tendo dificuldades para mudar a realidade.” William Waack | Estadão
“O que não estava nos planos é uma certa percepção que começa a se materializar de um presidente que lembra em alguns momentos o anterior.” José Henrique Mariante | Folha
“Apoiadores de ambos os lados de nossa rinha de galo política não gostam muito de ler coisas assim, mas a verdade é que nenhum de nossos dois maiores líderes tem o mais remoto interesse em pacificar o país, nem combater o ‘ódio’, seja isto o que for.” Fernando Schüler | Veja
“A constatação de que a agenda atropelada da véspera da viagem precipitou a pneumonia pressiona o presidente a moderar os compromissos. … Só o refluxo da dramaticidade excessiva da semana que passou pode chamar os agentes da política e da economia de volta à racionalidade.” Maria Cristina Fernandes | Valor
“Houve um acordo entre o governo e Lula e os donos do Parlamento para driblar a decisão do Supremo que proibiu o uso pervertido da chamada emenda do relator. A coisa se acomodou entre as negociações pela PEC da Transição e os remendos finais para a LOA. Parte dos recursos, cerca de R$ 10 bilhões, antes destinado àquela rubrica (RP9), foi realocado sob as asas dos ministérios (RP2). … Ficou definido, portanto, que, mantida a natureza distributiva que consagrou o orçamento secreto, continuaria sob o relator-geral o apontamento de para onde irão as granas.” Carlos Andreazza | O Globo
“O produto da lambança é que todo deputado tem para 2023, no mínimo, mais de R$ 30 milhões para destinar às bases eleitorais, e cada senador tem mais quase R$ 60 milhões. Isso, independentemente de como votar ao longo destes 4 anos. Claro que quem votar com o governo vai poder destinar um tanto a mais, proveniente do orçamento próprio dos ministérios, mas a execução impositiva já assegura ao congressista o colchão capaz de construir uma campanha eleitoral bem competitiva.” Alon Feuerwerker | Poder360
“Desemprego entre jovens é maior que o dobro da média. População de 18 a 24 anos encolhe em uma década, mas enfrenta nível de desocupação mais alto.” | Valor
“Analistas distraídos imaginam que interessa à China o prolongamento da guerra, a fim de tensionar a unidade entre os aliados da Otan. Esquecem-se da relevância do mercado europeu para a economia chinesa.” Demétrio Magnoli | Folha
“Esse novo jeito de olhar para a sociedade gera incômodo em pessoas brancas, com dinheiro, heterossexuais, moradoras de endereços dignos porque cria uma distorção mesmo. Mas é importante lembrar que o movimento não é um ataque, e sim uma resposta. … Pretensamente, agora é essa gente que tem sido definida por seu CEP, sua cor, sua sexualidade. E isso, como sempre soubemos nós, que estávamos na fila, sob sol e chuva, é devastador. Às militâncias e aos departamentos de RH aficionados por diversidade cabe refletir em que grupo estão os brancos periféricos, as mulheres brancas pobres sobrecarregadas, as mães solo e as pessoas não brancas de pele não retinta. Talvez sejam estas as pessoas mais atingidas por essa distorção.” Renan Sukevicius | Folha
“Caso o Senado tenha a clarividência de manter Campos Neto na presidência do BC, o que é o mais provável, o governo já deu indicações de que usará outros meios para impor sua vontade. Um dos mais prováveis é soltar as amarras do BNDES, que, nas últimas semanas, cerrou fileiras hostilizando o Banco Central e que não terá dúvidas em reiniciar seus empréstimos a taxas de juros subsidiadas. O jogo está apenas começando, resta saber se a sociedade aceitará pagar novamente os custos de erros já cometidos no passado.” Affonso Celso Pastore | Estadão
“Havia motivos para o BC reafirmar sua autonomia e, com isso, valorizar a ordem legal contestada pelo presidente da República e por vários de seus companheiros. Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, diferenciaram-se, nesse momento, como defensores desse ordenamento.” Rolf Kuntz | Estadão
“Há 50 anos, Caetano lançou disco radical devolvido por muitos. ‘Araçá Azul’ espantou o público com sua transgressão, mas hoje é celebrado por sua liberdade artística.” Claudio Leal | Folha